quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Suíça 1954

Pragmatismo alemão vence show da Hungria e conquista a Copa do Mundo
 
A poderosa seleção húngara chegou à Suíça com fama e futebol suficientes para conquistar a Copa. Invicta desde junho de 1950, tinha o melhor elenco, no qual se destacavam Puskas, Kocsis e Czibor, além de um sistema tático moderno, que priorizava o toque de bola rápido.
A Hungria, porém, não contava com a obediência tática da Alemanha Ocidental, que inaugurou em 1954 o estilo pragmático de jogar futebol que a transformaria em uma das seleções mais vitoriosas de todos os tempos. Jogando com o "regulamento embaixo do braço", preservou fisicamente seus jogadores e surpreendeu os favoritos na final.
A estreia da Alemanha foi contra a Turquia, no dia 17 de junho. Os turcos abriram o placar logo aos 2min, com um gol de Suat. Os alemães empataram aos 14min, por intermédio de Schafer. No segundo tempo, a Alemanha conseguiu a vitória por 4 a 1, com gols de Klodt, Walter e Morlock.
Prevendo a dificuldade de derrotar a Hungria no segundo jogo, o técnico Sepp Herberger poupou vários titulares. A Alemanha não viu a cor da bola e levou uma humilhante goleada de 8 a 3 - com quatro gols de Kocsis -, mas a estratégia se provaria correta dias mais tarde.
O resultado deixou os alemães empatados com os turcos na classificação do grupo. Por isso, os dois países tiveram de disputar um jogo extra para definir a vaga nas quartas-de-final. Com a equipe titular, a Alemanha goleou a Turquia outra vez, agora por 7 a 2.
Embalado, o time de Herberger passou bem pela forte Iugoslávia, em partida bastante equilibrada, vencida com gols de Hovart (contra) e Rahn. E, em tarde inspirada de Maximilian Morlock, autor de três gols, a Alemanha arrasou a Áustria por 6 a 1 na semifinal.
Quis o destino que alemães e húngaros se encontrassem novamente na decisão. Dessa vez, no entanto, Herberger havia preparado uma arapuca - colocou Fritz Walter para fazer marcação individual em Hidegkuti, principal organizador ofensivo do adversário, e orientou seus jogadores para avançarem em bloco nos contra-ataques.
Confiante, a seleção húngara começou melhor a partida e logo abriu 2 a 0 no placar, gols de Puskas (4min) e Czibor (6min). Temendo outra goleada, a Alemanha reagiu rápido e empatou com Morlock (10min) e Rahn (18min). O gramado pesado - choveu bastante no dia da partida - favoreceu o melhor preparo físico do time alemão, que conseguiu segurar a pressão húngara.
Faltando seis minutos para o fim do tempo regulamentar, aconteceu o que muitos consideravam impossível. Schafer roubou uma bola no meio-campo, escapou pela esquerda e cruzou. A defesa afastou mal, e a bola sobrou para Rahn. Ele ainda driblou Lantos antes de bater rasteiro no canto esquerdo para fazer 3 a 2.
Desesperada, a Hungria foi para cima atrás do empate e, por muito pouco, não conseguiu. Primeiro, o goleiro Turek defendeu um chute à queima-roupa de Czibor. Depois, Puskas conseguiu marcar, mas o árbitro anulou marcando impedimento. Pela segunda vez consecutiva, o favorito caía na final da Copa.

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